quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Dragão Vermelho, 1981 - Thomas Harris

Anos depois de capturar Hannibal, o policial Will Graham se vê obrigado a consultá-lo no hospital de segurança máxima para criminosos insanos de Baltimore. Will espera obter ajuda de Lecter para criar o perfil de um serial killer que está sendo caçado pelo FBI.

Bom pessoal, esse é o livro que deu vida ao famoso personagem Hannibal Lecter. Achei ele realmente fantástico. A qualidade da trama policial é notável e absorve a nossa atenção desde o princípio. Uma das coisas que mais me fascina nos suspenses policiais é a parte da investigação, do estudo exaustivo com o propósito de recriar a história do assassino, reconstituir os caminhos que foram trilhados por este levando-o a condição que se encontra.

Os diálogos - principalmente aqueles que envolvem Hannibal - são de uma profundidade assustadora, mexe com o teu interior, vai direto na consciência e balança tuas estruturas, até as mais firmes. É quase impossível não simpatizar com 'Hannibal The Cannibal'.

Paralelamente à investigação, nos é narrada a história do assassino Francis Dolarhyde. A reconstituição de sua infância é tal que consegue nos levar para dentro da sua mente perturbada acompanhando assim toda a gênese da sua psicose. A qualidade da construção psicológica desse personagem é um ponto a ser destacado no livro. Ela é feita de tal forma que nos inspira compreensão e empatia para com Francis Dolarhyde.

É interessante notar como nem esta e nem as três histórias seguintes tratam do momento em que Hannibal é pego pela polícia. Tudo que há é uma reconstituição que nos é permitida a partir de lembranças dos personagens.
Talvez por isso o seriado HANNIBAL, da NBC, proponha explorar a vida de Lecter no período anterior a sua captura. Proposta que achei bastante interessante.

Elenco de Hannibal, seriado da NBC.


Há o filme Dragão Vermelho, de 2002, que ficou realmente muito bom, com um elenco fantástico, Anthony Hopkins, Edward Norton e Ralph Fiennes, interpretando divinamente o transtornado Francis Dolarhyde. Há ainda uma primeira filmagem desse livro, de 1986, intitulada Manhunter, que eu não vi, mas do qual a crítica também é boa.


 



Então assim pessoal, leitura mais do que indicadíssima para quem aprecia um belo suspense policial.

Boa leitura galera!

Até a próxima.



O Grande Dragão Vermelho e A Mulher Vestida de Sol. William Blake, sec. XIX.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Tudo é eventual - Stephen King, 2002.

Stephen King é, sem dúvida, meu escritor favorito. Não só pelas histórias arrepiantes, criativas e emocionantes que saem da sua cachola, mas também pela forma simples, limpa e direta com que escreve, sem rodeios, sem floreios desnecessários. Ele é "O Mestre King", e ler um livro dele é uma ótima leitura garantida. 

Às vezes nem dá pra saber o que é melhor, se as histórias do escritor, ou se os prefácios, introduções e epílogos que ele coloca em suas obras com tanta sinceridade, explicando seus processos de criação, de onde vem sua inspiração para tais e tais obras. Enfim, o cara é "O Cara".

Essa coletânea reúne 14 contos verdadeiramente intensos, incluindo uma prequela do nosso querido pistoleiro Roland Deschain (ícone do épico A Torre Negra), que narra um episódio que antecede seu encontro com o Homem de Preto, início da série.


Bom não tem como apontar quais os melhores contos, pois todos são ótimos na minha opinião. No prefácio deste livro, King faz uma breve reflexão, muito interessante, sobre os rumos do conto como gênero literário.

Vale a leitura, você nem vai perceber que já está no final do livro.



Seguem algumas notas que fiz do livro:

Introdução:


[...] não há motivo algum para que sejam comercializadas pelos mesmos velhos métodos-do-vovô, assim como não há qualquer motivo para se presumir (como tantos críticos tediosos têm feito na imprensa) que a maneira como um trabalho de ficção é vendido, de algum modo, contamina ou barateia o produto.
Se estou numa dessas salas de espera de aeroporto metidas a besta, geralmente sou ignorado pelo resto da clientela, ocupada em tagarelar ao telefone ou fazer negócios no bar. Por mim, tudo bem. De vez em quando, um desses homens aproxima-se e me pede para autografar um guardanapo de papel para a mulher. Esses sujeitos com ternos magníficos e pastas de executivo geralmente me contam que a mulher leu todos os meus livros. Por outro lado, eles não leram nenhum. Querem que eu saiba disso também. São ocupados demais. Leram Os Sete Hábitos das Pessoas Muito Bem-sucedidas, leram Quem Mexeu no meu Queijo? Leram A prece de Jabez e ponto. Tenho que correr, tenho que me apressar, tenho um enfarte marcado para daqui a uns quatro anos e quero ter certeza de ir ao encontro dele com meus papéis em ordem.

As irmãzinhas de Eluria:

Para Roland, o Deus da Cruz era apenas outra religião ensinando que amor e assassinato estavam indissoluvelmente ligados — e que, no final, Deus sempre bebia sangue.
À sua direita agora, a meio caminho de onde a rua se abria para a praça da cidade, ficava a igreja, com faixas de relva dos dois lados: uma separando-a do Salão de Reunião, e outra separando-a da pequena casa construída ao lado para o pastor e sua família (isto é, se aquela era uma das seitas de Jesus que permitia a seus xamãs terem esposas e famílias; algumas, claramente administradas por lunáticos, exigiam pelo menos a aparência de celibato.

Tudo é eventual:
[...] gente criativa não está sempre no controle das coisas. E quando fazem seu melhor trabalho, raramente estão no controle. Estão apenas rolando por ali, de olhos fechados, berrando iupii! 

Introdução ao conto A teoria de L.T. sobre animais de estimação:


Para mim, essa recompensa é o que importa. Quero fazer você rir ou chorar ao ler uma história... ou as duas coisas ao mesmo tempo. Em outras palavras, quero o seu coração. Se a sua intenção é aprender algo, vá para o colégio.

A teoria de L.T. sobre animais de estimação:


Quando a pessoa levanta de manhã, não tem a mínima idéia do quanto a sua vida pode estar mudada ao pousar de novo a cabeça no travesseiro, à noite. “Você não conhece o dia ou a hora”, diz a Bíblia. Acredito que esta frase seja sobre a morte, mas ela se ajusta a todo o resto, rapazes. Todo o resto neste mundo. A gente nunca sabe quando está bebendo a última gota.
É possível que a maior divisão do mundo não se dê entre homens e mulheres, e sim entre os que gostam de gato e os que gostam de cachorro. 
Num casamento, as palavras são como chuva. E a terra de um casamento está cheia de valas e arroios que podem se tornar rios furiosos num piscar de olhos. Os terapeutas acreditam na fala, mas a maioria deles é divorciada ou gay. O silêncio é o melhor amigo do casamento.

Almoço no café Gotham:


Ninguém pode conhecer o resultado final de suas ações, e poucos chegam a tentar fazê-lo; a maioria de nós faz o que faz para prolongar o prazer de um momento ou parar a dor. E mesmo quando agimos pelos motivos mais nobres, do último elo da corrente freqüentemente pinga o sangue de alguém.

Introdução ao conto Andando na bala:


Este provavelmente é o grande tema da ficção de horror: a necessidade de lidar com um mistério que só pode ser entendido com a ajuda de uma imaginação cheia de esperança.

Andando na bala:


Passei a entender que há coisas por baixo das coisas, sabe — por baixo das coisas — e nenhum livro pode explicar o que são. E às vezes é melhor esquecer que essas coisas estão aí. Isto é, se a gente puder.
[...] às vezes rir dos idiotas era a única vingança que se podia ter.

A moeda da sorte:

A sorte era uma piada. Mesmo a boa sorte era apenas má sorte com o cabelo penteado.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Uma viagem sem volta - D. Pereira.

Este é o livro mais recente do D. Pereira, lançado em 2013.

Creio que o fato de eu tê-lo lido num único dia já diz alguma coisa sobre a qualidade da narrativa. E olha que não sou nenhuma adolescente desocupada não - nada contra as adolescentes desocupadas, ok?, - mas, estando de licença, tenho toda a casa pra cuidar e um piazinho lindo de 5 meses pra encher de beijos.

Justamente por adorar a forma como o D. Pereira trata do oculto em seus livros, confesso que fiquei um tanto receosa por achar que neste livro não haveria o elemento sobrenatural. Ledo engano, no prefácio D. Pereira já nos confessa o prazer que teve em unir dois grandes interesses neste livro, viagens e o elemento fantástico, união que funcionou muito bem.

Uma viagem sem volta é uma linda aventura através das belas paisagens naturais do Canadá. Nos transporta vividamente àquelas terras, nos inspirando uma vontade inquieta de ir até lá, conhecer, sentir o cheiro da terra, sentir o vento no rosto. A descrição dos lugares é muito leve e envolvente, quando tu dá por si, já está lá, assim, sem muito esforço. Detesto livros com aquelas descrições maçantes, que parecem não ter fim, tanto das personagens quanto dos lugares. Enchem a gente de enfado, fazem querer pular partes, seguir logo para o que interessa. Neste livro isso não é problema, aliás, em nenhum livro deste autor. Uma das qualidades dele, que já relatei em outras resenhas, é precisamente essa habilidade de narrar de forma ágil, objetiva, sem, no entanto, incorrer em prejuízo de descrição.

Outro ponto bacana do livro é a narrativa em duas frentes, ou seja, a história começa a partir de dois pontos, passado e presente que a cada capítulo vão se aproximando até dar sentido completo à trama. Esta forma de narrativa incentiva o leitor a encaixar as peças, imaginar como as coisas ficaram de tal maneira. Sempre gosto muito quando a história é contada dessa forma.

E, para concluir, mais um aspecto forte da obra é seu caráter instrutivo. A gente termina o livro sabendo muito mais sobre o Canadá, sobre sua cultura, suas paisagens naturais e artificiais e, principalmente, sobre o folclore local.


Então, em suma, recomendadíssimo!

Para quem quiser saber sobre a sinopse do livro, acesse aqui.

Para quem tiver interesse em adquirir esta ou qualquer outra obra do D. Pereira, acesse a fanpage do autor.


Boa leitura pessoal!

Abraço à todos.

K.

terça-feira, 1 de abril de 2014

O dilema moral do homicídio: um paralelo entre Dóstoiévski e Graciliano Ramos

“Só mesmo a literatura, que é a expressão da vida no que ela oferece de beleza e feiúra, de falso ou verdadeiro, de virtuoso ou de maligno, poderia reproduzir as maldades e as paixões humanas. Paralelamente, o leitor se defronta com os aspectos mais dolorosos e trágicos da vida, evidenciados em perfis de personagens degenerados ou doentes dos nervos, ou até mesmo personagens primeiramente inocentes, mas que delinqüiram pela força das circunstâncias.” [MESSA, 2002]


  

Ao ler Angústia (1936), do autor brasileiro Graciliano Ramos, é impossível não estabelecer uma correlação com a obra Crime e Castigo (1866), do russo Fiódor Dóstoiévski. Apesar das diferenças estruturais da trama, as duas obras se aproximam muito ao tratarem do homicídio a partir da trajetória do assassino.
Apesar de apresentarem motivações distintas – passional/material -, os dois autores descrevem com muita sensibilidade os devaneios sombrios que assolam as personagens em relação ao crime.



“Não é fácil cometer um crime. Você tem que driblar seus inimigos internos, responsabilidade, valores ético-morais, juízo crítico, sentimento de culpa, noção de monstruosidade, coisas que são realidade no seu organismo, como estômago, fígado e coração.” [MELO, 1994]

Os autores traduzem para a linguagem escrita, o discurso da mente homicida, que se pensa entre a coerência e o desatino, o que nos fornece os valores e padrões morais e éticos de determinado tempo e espaço.




As duas obras apresentam uma detalhada narrativa dos processos emocionais, psicológicos e racionais pelos quais os personagens passam até chegar ao extremo dos crimes. Exploram a ideia de matar, o pensamento, a gestação do crime, ainda que inconsciente; a vontade de matar, as motivações e justificativas que as personagens usam em seu discurso interno; e o ato de matar.

Dóstoiévski vai além e nos traz de maneira mais contundente um debate ético e moral – quase filosófico – sobre o crime. Em Crime e Castigo, o crime é o começo de uma história que também pretende trabalhar a personagem em seu processo interno posterior ao crime, numa jornada redentora, o castigo. Graciliano é mais sutil, tratando da ânsia assassina a partir do caráter mais passional do crime, que é o ápice da trama.

Inicialmente, embora tivesse lido Crime e Castigo, Graciliano negou qualquer influência da obra russa. Influência que, segundo seu filho Ricardo Ramos, o autor teria reconhecido no leito de morte, em 1953.

Repasso abaixo alguns trechos emblemáticos das obras.

Em Angústia:




[...] a água empapa o chão, mole como terra de cemitério, qualquer coisa desagradável persegue-me sem se fixar claramente no meu espírito. Sinto-me aborrecido, aperreado.


Tenho-me esforçado por tornar-me criança – e em conseqüência misturo coisas atuais a coisas antigas.


Entro no quarto, procuro um refúgio no passado. Mas não me posso esconder inteiramente nele. Não sou o que era naquele tempo. Falta-me tranqüilidade, falta-me inocência, estou feito um molambo que a cidade puiu demais e sujou. Fumo.


Apronto-me, calço as meias pelo avesso e saio correndo. Paro sobressaltado, tenho a impressão de que me faltam peças do vestuário. Assaltam-me dúvidas idiotas. Estarei à porta de casa ou já terei chegado à repartição? Em que ponto do trajeto me acho? Não tenho consciência dos movimentos, sinto-me leve. Ignoro quanto tempo fico assim. Provavelmente um segundo, mas um segundo que parece eternidade. Está claro que todo o desarranjo é interior. Por fora devo ser um cidadão como os outros, um diminuto cidadão que vai para o trabalho maçador, um Luís da Silva qualquer.


As aparências mentem. A terra não é redonda?


Eram notícias sem importância, mas julguei perceber nelas graves sintomas de decomposição social.


Medo da opinião pública? Não existe opinião pública. O leitor de jornais admite uma chusma de opiniões desencontradas, assevera isto, assevera aquilo atrapalha-se e não sabe para que banda vai.


O isolamento em companhia de uma pessoa era mais opressivo que a solidão completa.


Em Crime e castigo:





- Dá-me licença que te faça uma pergunta a sério? – disse o estudante, ainda um pouco exaltado. – É claro que eu, há pouco, falava de brincadeira, mas olha: de um lado uma velha estúpida, imbecil, inútil, má, doente, que não dá proveito a ninguém, e que até, pelo contrário, a todos prejudica; que nem ela própria sabe para que vive e que amanhã acabará por morrer fatalmente… Compreendes? Compreendes? [...]Do outro lado energias jovens, frescas, que se gastam em vão, sem apoio, e isto aos milhares e em toda parte. Mil obras e boas iniciativas se poderiam fazer com o dinheiro que esta velha deixa ao mosteiro. Centenas, talvez milhares de existências conduzidas ao bom caminho; dezenas de famílias salvas da miséria, da dissolução, da ruína, da corrupção, dos hospitais venéreos… E tudo isso com o seu dinheiro. Matá-la, tirar-lhe esse dinheiro, para com ele se consagrar depois ao serviço de toda a humanidade e ao bem geral. Que te parece? Não ficaria apagada a mancha dum só crime, insignificante, com milhares de boas ações? Por uma vida… mil vidas salvas da miséria e da ruína. Uma morte, mas, em troca, mil vidas… É uma questão de aritmética. E que pesa nas balanças vulgares da vida essa velhota tísica, estúpida e má? Não mais que a vida dum piolho, duma barata, e pode ser que ainda menos, visto que se trata de uma velha malfazeja. Ela se alimenta da vida alheia, é má.





- Oh, que desmancha-prazeres! Os princípios! Tu te moves por princípios, como se fossem molas; não te atreves a atuar livremente; para mim, o fundamental é que o homem seja bom. E, francamente, reparando bem, em todas as classes não há muitas pessoas boas.


Que hei de eu dizer-lhes? Já há meio ano que convivo com Rodka: áspero, severo, altivo e orgulhoso; nos últimos tempos (e pode ser que até já muito antes) tornou-se rabugento e neurótico. Generoso e bom ele é. Não gosta de exteriorizar os seus sentimentos e prefere proceder com dureza a revelar por meio de palavras aquilo que guarda no seu coração. Além disso, às vezes não é nada neurótico, mas apenas frio e de uma insensibilidade que beira a desumanidade; é assim mesmo, como se nele alternassem dois caracteres desencontrados, que se manifestassem alternadamente. Às vezes é terrivelmente taciturno. Não tem tempo para nada, toda a gente o incomoda, e fica deitado sem fazer nada. Não ouve o que as pessoas dizem. Não se interessa por uma coisa que em outra época o interessou. É terrivelmente orgulhoso, admira-se a si próprio e, segundo parece, tem algumas razões para isso. [Perfil de Rodka segundo seu amigo Razumíkhin]


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Enfim, eis duas obras fantásticas e de grande importância literária esperando para serem degustadas por você que ainda não leu. Se leu, vale ler de novo, coisa que eu mesma quero fazer, já que escrever esse post me atiçou uma vontade danada.



E pra quem quiser, deixo aqui os links para download das obras em formato pdf:



Crime e Castigo

Angústia



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Referências do texto:



RAMOS, Graciliano. Angústia. RJ; SP: Editora Record. 239 P.


DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Crime e Castigo. Trad. Natália Nunes e Oscar Mendes. Porto Alegre: L&PM, 2007. 590 P.


MESSA, Fabio de Carvalho. O gozo estético do crime: Dicção homicida na literatura contemporânea. Tese de doutorado UFSC. Florianópolis, 2002.


Wikipédia: A Enciclopédia Livre.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

O livro da capa preta - D. Pereira.

     Terceiro volume que nos traz mais episódios da vida dos estudiosos do macabro - o irlandês mal-humorado Morris Bradburn e o dedicado e perspicaz professor Ambrose Hunter.
    Desta vez os episódios são trazidos na forma de rememoração pelos integrantes da Irmandade do Caminho Cinzento por meio do Livro da Capa Preta - livro de registro do reitor da Universidade de Londres, Ibrahim Holmwood.
  Este terceiro volume complementa os dois livros anteriores, principalmente no sentido de incrementar os personagens principais, atribuindo novas experiências que elucidam um pouco mais suas personalidades. 
      Com temática e elementos góticos, D. Pereira mantém sua narrativa objetiva, clara e dinâmica. O formato do livro, separado em contos, mais uma vez torna a leitura muito aprazível.
       Gostei muito de uma espécie de caráter didático mitológico que o livro apresenta. Em cada episódio o autor aproveita para explicar as origens dos fenômenos. Os outros livros também tinham essa característica, mas me parece que neste terceiro volume o autor expandiu esse aspecto, muito interessante.
Indicadíssimo!
Quem tiver interesse em comprar os livros ou epubs do D. Pereira é só visitar a página 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Intrusos - Dean Koontz, 1987.

O Koontz tem um talento incrível em se tratando de narrar a história pelas beiradas. Vai contando um pouquinho de cada núcleo, até que eles se encontram no desfecho. Esse tipo de narrativa incentiva o leitor a ligar os pontos, fazer as conexões, fazer inferências, considerar as possibilidades, é muito envolvente. É o tipo de livro que se torna difícil de parar de ler, porque tu sempre quer encaixar mais uma peça do quebra-cabeça, confirmar ou descartar tuas suspeitas, saber, afinal, what the hell is going on.
Duas criaturas misteriosas fogem de um laboratório quando este é criminosamente incendiado. Essas criaturas são resultado de experiências nada convencionais. 
Mais um livro do Koontz recheado do melhor suspense, com personagens cativantes e um enredo aterrorizante!


Ps.: Esse não tem e-book porque eu não consegui encontrar, aliás, desses livros mais antigos é muito difícil encontrar um e-book, ou mesmo uma digitalização.

Abraço.