quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Do amor e outros demônios - Gabriel García Márquez, 1994


Uma incrível visita ao mundo colonial na américa espanhola. Tendo como ponto de partida a mordida de um cão raivoso, o autor traz o debate entre os limites epistemológicos da ciência, da religião e da loucura numa época e contexto onde discrepantes elementos culturais estavam entrando em contato. Sobre o pano de fundo do Santo Ofício, a história ainda aborda de forma delicada e única a questão do celibato. Vale a leitura!

GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. Do amor e outros demônios. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995. 221 p.

- O corpo humano não foi feito para os anos que a pessoa é capaz de viver. p. 31

- É pena, porque a falta de comunicação com os cavalos atrasou a humanidade. Se conseguíssemos rompê-la, poderíamos fabricar o centauro. p. 44

- Nenhum louco é louco para quem aceita as razões dele. p. 55

- Não é que a menina seja negação para tudo, o que há é que ela não é deste mundo. p. 68

- Nada é mais útil que uma dúvida em tempo. p. 123

- Falou de Yucatán, onde tinham construído catedrais suntuosas para esconder as pirâmides pagãs, sem perceber que os aborígenes acudiam a missa porque debaixo dos altares de prata seus santuários continuavam vivos. Falou da mixórdia de sangue que tinham feito desde a conquista: sangue de espanhóis com sangue de índios, destes e daqueles com negros de toda laia, até mandingas muçulmanos, e perguntava se tal promiscuidade cabia no reino de Deus. p. 153