domingo, 21 de janeiro de 2018

Anos 80. 24 de Maio de 2011.

           Esses dias, em algum lugar na internet, li algo do tipo ‘é, realmente, os anos 80 é a idade das trevas da música’. Bah! Minha primeira reação foi de revolta e indignação. Depois refleti um pouco, analisei, e percebi quão ignorante era o comentário. Primeiro, por fazer referência à idéia - que hoje pra qualquer pessoa esclarecida é no mínimo ingênua, pra não dizer superficial - de que a Idade das Trevas [Idade Média] realmente tenha sido um momento estéril culturalmente. Pensamento que durante muito tempo foi alimentado por uma atitude preconceituosa que nos dias de hoje é motivo de vergonha para os estudiosos ressentidos de outrora.
            Depois pensei: poxa vida, a pessoa prefere gastar tempo, energia e espaço, para depreciar uma arte admirada por outras pessoas, e que tem seu valor patente e inconteste. Por que não gastou esse mesmo tempo, essa mesma energia e espaço para falar bem de algo que gosta. Ou então que vá falar mal de coisa ruim mesmo, do tipo dessas bandas coloridas de hoje em dia, que nem de longe é uma questão de gosto, mas de mercado. Quem gosta e compreende mesmo o que representa a música, entende que o respeito é algo que independe de tu gostar ou não. Eu não sou muito do rock clássico, por exemplo. Mas respeito pra caramba, sei da importância, e, sobretudo, aprecio o valor artístico desses caras. O que muitos metidos a críticos de música por aí não entendem é que conhecimento musical é uma coisa e sensibilidade musical é outra bem diferente.
            Essas pessoas me parecem todas papagaios de pirata, me dão a impressão clara de sequer conhecerem realmente o som dos anos 80. São ridículas a prepotência e a arrogância de simplesmente ignorar, diminuir ou desvalorizar a arte de pessoas como Martin L. Gore, Dave Gahan, Vince Clarke, Robert Smith, Morrisey, Roland Orzabal, pra mencionar os mais conhecidos. Estão muito menos empenhadas em descobrir coisas belas, do que em perpetuar preconceitos burros e infantis. Um conselho a estas pessoas: Cresça e decida por si mesmo sobre o que gosta ou não, e, mais importante, respeite o que merece ser respeitado. Do contrário, você não passa de um fã de merda, fundamentalista, preconceituoso e burro, que acha que entende alguma coisa de música!
           
           Concluo com uma música de uma das minhas bandas preferidas - de todos os tempos e de TODAS as semanas, hehe -, Depeche Mode, a qual devoto admiração que só cresce. A música é interpretada pelo Martin Gore, e é absolutamente linda.

Macro
Depeche Mode


Overflowing senses
Sentidos abundantes
Heightened awareness
Atenção aumentada
I hear my blood flow
Eu ouço o meu sangue fluir
I feel its caress
Eu sinto o carinho
Whispering cosmos
Cosmos sussurrante
Talking right to me
Falando comigo
Unlimited, endless
Ilimitado, infinito
God breathing through me
Deus respirando através de mim


See the microcosm
Veja o microcosmo
In macrovision
Pela macrovisão
Our bodies moving
Nossos corpos se movendo
With pure precision
Com pura precisão
One universal celebration
Uma celebração universal
One evolution, one creation
Uma evolução, uma criação


Thundering rhythm
Ritmo fulminante
Pounding within me
Triturando por dentro de mim
Driving me onwards
Dirigindo-me para frente
Forcing me to see
Forçando-me a ver
Clear and enlightening
Claro e esclarecedor
Right there before me
Bem à minha frente
Brilliantly shining
Reluzindo brilhantemente
Intricate beauty
Beleza intricada




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