quarta-feira, 6 de abril de 2011

Contos de Mistério e Morte - vários autores

Então. Esse livrinho tem poucas páginas, eu li num único dia. Reúne alguns dos melhores contos sobre mistério e morte, de autores do século XIX principalmente. É uma ótima leitura pra quem quer conhecer um pouco mais desse tipo de literatura. O livro ainda vem com glossários especiais, notas esclarecedoras sobre termos, e, nas últimas páginas, uma seção com "Breve notícia sobre o gênero conto".  A obra conta também com uma pertinente nota biográfica de cada autor. Muito interessante. As histórias são surpreendentes, muito bem selecionadas, intrigantes, sombrias e aterrorizantes!




Contos no livro:
- Edgar Allan Poe: O barril de amontillado / O coração delator;
- Álvares de Azevedo: Solfieri;
- Guy de Maupassant: A morta / A mão;
- Anton Tchecov: Uma noite terrível;
- Leon Tolstoi: Uma história verdadeira;
- Machado de Assis: A causa secreta (pra mim o melhor deles);
- Horacio Quiroga: O travesseiro de penas;
- Arthur Conan Doyle: A ventura do vampiro de Sussex;

Contos de Mistério e Morte. Porto Alegre: Leitura XXI, 2003.

Algumas breves passagens:

Eu deveria não apenas punir, mas punir com impunidade. Uma injúria não é vingada quando prejudica o vingador. Também é vergonhoso para este fracassar em mostrar sua capacidade de vingança contra aquele que praticou o primeiro mal. [O barril de amontillado, Edgar Allan Poe.]
  
Quando revi meu quarto, nosso quarto, nossa cama, nossos móveis, a casa onde tinham ficado todos os objetos que sobram de uma pessoa depois de sua morte, fui tomado por uma angústia tão violenta que quase abri a janela para dela me atirar. Sem poder permanecer no meio daquelas coisas, das paredes que a tinham protegido e abrigado e que guardavam nas suas imperceptíveis fissuras milhares de átomos dela, da sua carne, da sua alma, peguei meu chapéu e fugi. [A morta, Guy de Maupassant.]

“Castiga sem raiva”, pensou o médico, “pela necessidade de achar uma sensação de prazer, que só a dor alheia lhe pode dar: é o segredo deste homem”. [A causa secreta, Machado de Assis]


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