
RICE, Anne. Pandora : Novos contos vampirescos. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. 205 p.:
- Ah, eu poderia ensinar filosofia ali embaixo das arcadas, sabe, ficar falando sobre Diógenes e fingir que gostava de andar maltrapilho, como fazem os seguidores dele atualmente. Que circo é aquele lugar, já viu? Nunca vi tantos filósofos na vida quanto nesta cidade! Dê uma olhada quando voltar. Sabe o que a pessoa tem que fazer para ensinar filosofia aqui? Tem que mentir. Tem que despejar a toda velocidade um monte de palavras sem sentido nos jovens, e ficar meditando quando não souber responder, e inventar absurdos e atribuir tudo aos velhos estóicos. (Personagem Flavius, p. 80)
- Senhora, aprendemos a esconder a alma porque somos traídos pelas pessoas. (Flavius, p. 82)
- Está bem – eu disse. – Vou lhe dizer o que quero. Quero que você me ame, Marius, que me ame, mas me deixe em paz! - protestei. Eu nem sequer refletira. As palavras foram saindo. – Me deixe em paz, para que eu procure meus próprios confortos, meus próprios meios de continuar viva, pouco importa o quanto esses confortos lhe pareçam idiotas ou sem nexo. Me deixe em paz! (Pandora, p. 182)
E estou sempre vendo indícios de amor à minha volta nesse mundo. Por trás da imagem da Virgem Abençoada e seu Menino Jesus, por trás da imagem do Cristo Crucificado, por trás da recordação daquela estátua de basalto representando Ísis. Vejo amor. Vejo amor no esforço humano. Vejo a inegável penetração do amor em todas as realizações humanas, na poesia, na pintura, na música, nas relações interpessoais e na recusa à aceitação do sofrimento como destino. (Pandora, p. 198)
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