sábado, 19 de setembro de 2015

A fantástica saga de Stephen King: A Torre Negra.

Foi verdadeiramente emocionante. Ao fim, essa espécie de emoção apoteótica, uma melancólica sensação de orfandade, de vazio. A gente sabe de um bom livro quando sente isso, esse misto de êxtase e tristeza quando chegamos nas páginas finais de uma história. Ao longo de toda a jornada, fui tomada por tão verdadeiras emoções, que me fizeram sonhar que estava no Mundo Médio integrando o Ka-tet de Roland. Não apenas agora, hora em que tristemente me despeço desta jornada maravilhosa, mas ao longo de toda a trajetória, me senti mergulhada no Mundo Médio.
Stephen King escreve com um talento sem igual, constrói personagens tão genuínos que nos transporta para dentro de suas mentes, nos faz sentir o que eles sentem, viver o que eles vivem.
Espécie de velho oeste 'steampunk', os rumos desta saga me foram totalmente surpreendentes, superaram qualquer expectativa que eu pudesse ter.



Último de uma linhagem de pistoleiros, Roland se torna obcecado por chegar à Torre Negra, centro nevrálgico de todos os mundos. Nos mais diversos "quandos" e "ondes" existem portas pelas quais é possível transitar, mas quase sempre o sentido da travessia é único, e o que se vai encontrar do outro lado nem sempre é o que se espera, e muitas vezes perigoso. É através destas portas que Roland vai arrolar seu Ka-tet, formado por Eddie Dean, Jake Chambers e Susannah Dean, então Odetta Holmes. Ao longo do caminho, um membro inusitado integra o Ka-tet: Oi, um trapalhão (espécie de cachorro do mundo médio que é capaz de repetir algumas palavras) muito simpático que vai ter um papel surpreendentemente importante na história. A partir de então, o Ka-tet segue em direção a Torre Negra, cruzando territórios inóspitos e perigosos, enfrentando inimigos e situações atípicos.
O épico A Torre Negra é uma grande mistura de fantasia, terror e ficção. O termo que cunhei há pouco "velho oeste steampunk", apesar de não ser exato, dá uma boa impressão do que esperar ao ler A Torre Negra.



Destaque para Susannah Dean: mulher, negra, privada de ambas as pernas, que vem da década de 60 integrar o Ka-tet de Roland. Susannah é uma espécie de terceira personalidade que surge a partir do conflito esquizofrênico de suas duas outras personalidades, Odetta Holmes e Detta Walker. Uma grande personagem feminina, forte, inteligentíssima, talvez a mais sensivelmente perspicaz  de todo o Ka-Tet. 



Não vou me ater a fazer sínteses ou resumos dos livros, pois isso vocês encontram mil vezes por aí na internet. Registro aqui minha impressão e minha forte indicação para que leiam esta obra-prima do mestre do terror Stephen King .É bem verdade que é uma empreitada literária, são 7 volumes, a maioria deles bastante extensos. Mas ao iniciar, a gente não percebe mais o tempo correr, passear o olhos pelas páginas desta obra primorosa se torna um prazer. Existe um oitavo volume, lançado em 2012, intitulado "O vento pela fechadura", este ainda não li, mas pelo que pude entender, não é uma continuidade à história, mas um retorno através do qual o personagem de Roland Deschain conta mais uma parte de sua história pregressa.

Como em muitas obras de King, esta também é recheada com incríveis percepções sobre o escritor e o ato de escrever. Acho fantástico como o autor se percebe enquanto escritor: "Não esqueça que, no fundo, eu não invento as coisas; só registro o que vejo". Ele explica o escritor não como criador, mas como instrumento de uma força maior, quase um profeta de Gan.

"De qualquer modo, eu não devolveria um único minuto do tempo que vivi no onde e quando de Roland. Aqueles dias no Mundo Médio e no Fim do Mundo foram realmente extraordinários. Foram dias em que minha imaginação estava tão clara que eu podia cheirar a poeira e ouvir o ranger do couro." [KING, 2004]

No mais é isso pessoal. Longos dias e belas noites à todos. Iniciemos esta jornada...


O homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás...



Para download dos livros clique aqui


2 comentários:

Maurilei Teodoro disse...

Tenho a série toda empacada na estante. Tenho que conhecer o quanto antes este universo fantástico criado pelo King.

K. disse...

Tens mesmo Maurilei! Não vais te arrepender! Abraço