Esse é mais um exemplo de releitura que resultou em grande surpresa ao perceber como nossas percepções sobre as mesmas coisas mudam através do tempo e de nossas experiências acumuladas. Da primeira vez que li, tinha em torno de 19 anos, creio. E percebo como foi uma leitura superficial, romântica. À época, me ficou como uma história idílica de cavalaria, de corajosos guerreiros, amores impossíveis, mocinhas indefesas. Nesta segunda leitura, já tive uma sensibilidade TOTALMENTE diferente. E quando enfatizo o totalmente, é porque foi realmente diferente. Percebi nuances muito mais profundas. Com a mente voltada para análises de cunho mais conjuntural - exercício aperfeiçoado pelo curso de História, certamente -, tive acesso aos espectros político, social e religioso expostos ao longo dos quatro volumes. A importância e excelência inegável da obra reside em duas principais características: a] a história se passa nos anos determinantes de transição entre as religiões antigas [chamadas pagãs pelos cristãos] e o cristianismo em ascensão; e com isso a mudança de valores, signos e concepções fundamentais da sociedade - por exemplo, a mulher, a virgindade, a introdução das noções de pecado, céu e inferno, etc.; b] a perspectiva feminina predominante.
Os personagens são muito ricos e muito bem explorados pela autora. O desenvolvimento dos personagens e suas histórias e a relação destes com o tempo foi algo que me chamou muito a atenção. Ou seja, o resultado de acontecimentos a longo prazo acaba por ampliar o horizonte de análise do leitor e exercita uma diferente sensibilidade ao tempo e ao que ele representa.
Me dei conta de que não informei sobre a história do livro em si. Bom aqui vão algumas palavras chaves que vão dar conta de resumir: Grã-Bretanha, Celtas, Rei Arthur, Paganismo, Cristianismo, Saxões, Batalhas, Excalibur, Druidas...
Leitura indicadíssima. Bora ler?!!!
Boa leitura então.
Abraço aos leitores do blog.
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