Que calor...
Saí do banho e fiquei de toalha, deitada na cama, pensando em nada... Experimentando essa quase nudez, a liberdade, a pele, minha materialidade física. A refrescância. A não urgência de nada.
A simples urgência da vida que pulsa neste corpo mortal.
Sentei, assim simplesmente, só para ouvir as músicas que tocam o meu coração tomando uma cerveja gelada. Sentindo a brisa do final da tarde. Observando a dança e o farfalhar das folhas das árvores.
Dancei aquela canção, de pés descalços no piso da sala. Senti meu corpo se movendo ao som de uma música que me toca inteira. Senti a vida fluindo em mim.
Transitei pela casa toda sentindo o chão sob os meus pés.
Senti o cheiro de chuva, a gota da chuva na pele.
Me senti apaixonada, beijei apaixonadamente. Me flagrei num sorriso bobo.
Estive com os meus, rindo muito, rindo alto.
E que tantas outras boas sensações eu sinto e sentirei, Incontáveis.
E que tantas outras angústias também sentirei.
Mas o que vale de viver não é mesmo o sentir que se vive?
...